Nise da Silveira 1905 – 1999

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Nise foi uma médica psiquiatra, nascida em Alagoas Reconhecida mundialmente por sua contribuição à psiquiatria, revolucionou o tratamento mental no Brasil. Foi aluna de Carl Jung. Dedicou sua vida ao trabalho com doentes mentais, manifestando-se radicalmente contra as formas que julgava serem agressivas nos tratamentos psiquiátricos. Nise foi também pioneira ao enxergar o valor terapêutico da interação de pacientes com animais. Nise era muito estudiosa. Sua formação básica realizou-se em um colégio de freiras, o Colégio Santíssimo Sacramento, em Maceió. Cursou a Faculdade de Medicina da Bahia, onde se formou como a única mulher entre 157 homens. Está entre as primeiras mulheres a se formar em Medicina no Brasil. “Nise enxergou a riqueza de seres humanos que estavam “no meio do caminho”. No meio do caminho entre o existir e a dignidade. No meio do caminho entre a loucura e a exclusão total. Entre o aceitável e o abominável.” À partir da visão de Nise, da Arte como caminho de cura, esquizofrênicos marginalizados puderam ser autores das obras expostas no Museu de Imagens do Inconsciente, no Rio de Janeiro. Foi a Arte que marcou o renascimento destas pessoas para a sociedade. Ensinamentos: “Só os loucos e os artistas podem me compreender.” A palavra que mais gosto é liberdade. Gosto do som desta palavra. Não se curem além da conta. Gente curada demais é gente chata. Todo mundo tem um pouco de loucura. Vou lhes fazer um pedido: Vivam a imaginação, pois ela é a nossa realidade mais profunda. Felizmente, eu nunca convivi com pessoas ajuizadas. É necessário se espantar, se indignar e se contagiar, só assim é possível mudar a realidade… As coisas não são ultrapassadas tão facilmente, são transformadas. Para navegar contra a corrente são necessárias condições raras: espírito de aventura, coragem, perseverança e paixão. Não sou muito do passado. Sou do futuro. Quem olha demais para trás, fica. Há beleza na vida, há beleza em tudo. Vocês veem?… Há beleza na alegria, e mesmo na saudade, na tristeza, no sofrimento e até na partida, há beleza. A vida é uma beleza. Desprezo as pessoas que se julgam superiores aos animais. Os animais tem a sabedoria da natureza. Eu gostaria de ser como o gato: quando não se quer saber de uma pessoa, levanta a cauda e sai. Não tem papo. “Eu me sinto bicho. Bicho é mais importante que gente. Pra mim o teste é o bicho, se não passar por ele, não tem vez. Freud disse que quem pensa que não é bicho, é arrogante. Todo mundo deve inventar alguma coisa, a criatividade reúne em si várias funções psicológicas importantes para a reestruturação da psique. O que cura, fundamentalmente, é o estímulo à criatividade. A contaminação psíquica é pior que piolho. Vai passando de uma cabeça para outra, numa rapidez incrível. E, como você sabe, todo mundo já pegou piolho.

 

 

 

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