“Narcisismo”: O mal estar da era das “selfies”

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Sigmundo Freud, o criador da psicanálise, conceituou o narcisismo em uma de suas obras chamada Introdução ao Narcisismo. Trouxe questionamentos importantes a respeito do desenvolvimento pessoal.

É preciso estabelecer bons vínculos sociais, principalmente no período da infância, para que a criança se sinta amada pela família.

Falando agora da mitologia grega, Narciso foi um que ficou conhecido pela sua beleza e impossibilidade de parar de se contemplar. Narciso se apaixona tanto por si mesmo que acaba se perdendo em sua própria imagem. Atualmente, nas redes sociais fala-se muito das tal das selfies, o que significa, em inglês, self=eu. Essa pretensão não é apenas com a intenção de se expor. É uma busca por um complemento, um elogio, por uma admiração, por ser amado.

Será que toda essa busca pelo amor dos outros é apenas para suprir um amor que nunca houve por si mesmo? Para se sentir bem, faz-se realmente necessário usar a selfie como artifício para se sentir amado?

O estudo de Freud era investigar o narcisismo, buscar uma compreensão analítica. Vários livros, teses, dissertações e publicações em geral tiveram como finalidade embasar suas pesquisas.

Há muitas pessoas, na atualidade, que se encontram imersas na idealização de uma pessoa cheia de poder, que beira a onipotência. Encontram-se reféns dos títulos sociais como dos ideais de beleza, de moda, de comportamento, de valores culturais e consumo.

O capitalismo vem gerando um consumismo exacerbado. A sociedade acaba acreditando que para poder ser é preciso ter. Para entender melhor o assunto, o cinema nos faz compreender de forma sintetizada a reflexão acima. “O objetivo do cinema, segundo Benjamin, é tornar mostráveis, sob certas condições sociais, determinadas ações de modo que todos possam controlá-las e compreendê-las.”

Basicamente, podemos afirmar, portanto, que a sociedade de consumo junto com a era das selfies, ou seja, a modernidade das mídias alternativas como Instagram, Facebook, entre outras, está transformando pessoas normais em pessoas extremamente narcisistas e egoístas.

É notório que a compulsão é valorizada pelo social, que impõe o ter em detrimento do ser, incentivando esse narcisismo patológico.

A publicidade, além das outras mídias alternativas citadas, também tem um papel importante nesse estado de consumo desenfreado. Essa idealização das pessoas por propagandas as transformam em pessoas inseguras que precisam adotar certos ideais para que seu ego se sinta qualificado para a sociedade atual.

Segundo Freud, para finalizar esse assunto, e frisar a ideia de que o ser é melhor do que o ter, nos diz “Nossa felicidade e mesmo nossa saúde depende diretamente da nossa capacidade de amar”.

Ele não fala aqui da capacidade fora do normal, mas sim da capacidade que todos nós, humanos, temos dentro de nós de amar.

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